Austrália rejeita moratória mundial sobre novas minas de carvão

O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, descartou uma moratória mundial sobre novas minas de carvão, argumentando que a medida não teria qualquer impacto no aquecimento global

Sessenta e um australianos, incluindo a estrela de râguebi David Pocock e o Nobel da Medicina Peter Doherty escreveram uma carta aberta endereçada aos líderes mundiais apelando para que as exportações de carvão estejam na agenda da cimeira do clima da ONU, em dezembro, em Paris. “O carvão da Austrália contribui para as alterações climáticas, com os seus impactos globais para a saúde”, realçaram os signatários na missiva publicada hoje no The Sydney Morning Herald.

A carta surge depois do Presidente do Kiribati, pequeno arquipélago do Pacífico, Anote Tong, ter instado à adoção de uma moratória mundial sobre novas minas de carvão ou projetos de expansão a fim de manter o aquecimento global abaixo de níveis perigosos. Kiribati, à semelhança de outras nações do Pacífico, teme pelo seu próprio desaparecimento, já que é dos países mais afetados pelo aumento do nível das águas do mar. A Austrália está no topo dos exportadores de carvão, dispondo de enormes reservas.

Não concordo com a ideia de uma moratória à exploração de carvão. Com todo o respeito pelas pessoas que a defendem, não faria a mais pequena diferença nas emissões globais”, disse o primeiro-ministro australiano aos jornalistas.

“Se a Austrália parar de exportar carvão, os países para os quais exportamos vão simplesmente comprá-lo a outro lugar qualquer”, frisou Turnbull, dizendo que, na verdade, “aumentaria as emissões”, porque o carvão australiano “é muito mais limpo do que o da maioria dos outros países”.

A Austrália é um dos principais emissores de gases poluentes com efeito de estufa ‘per capita’ do mundo, tendo as metas de Camberra para cortar as emissões sido alvo de críticas.

Turnbull, que planeia participar na cimeira de Paris, afirmou que o carvão desempenha um papel abrangente na produção de energia global, que vai aparentemente manter-se por um longo período de tempo, apesar de ter sublinhado a importância de se ter todas as opções energéticas em aberto.

Em meados de agosto, a Austrália aprovou um projeto para a construção daquela que será a maior mina de carvão do país e uma das maiores do mundo, que havia sido bloqueado pelos tribunais, e que ameaça, segundo ambientalistas, a Grande Barreira de Coral.

A empresa indiana Adani é que vai concretizar a multimilionária empreitada de construção da mina Carmichael e as suas vias ferroviárias de 189 quilómetros, numa zona remota do estado australiano de Queensland, no nordeste do país.

Fonte: Agência Lusa via Observador

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