Atravessar o México e arriscar a vida

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Por Ana Rosa Moreno, de Puebla, México, para Desacato.info.

Certa vez escrevi um texto sobre a travessia dos migrantes pelo México num blog para estudantes universitários, descrevi o difícil que é cruzar um país sumido na violência, controlada pela delinqüência organizada e os tratamentos desumanos da polícia fronteiriça e os agentes migratórios. Porém, este tema tem sido um dos que mais me tem preocupado e por isso o trago mais uma vez com dados atualizados.

É vergonhoso que enquanto os governantes criticam os comentários racistas de Donald Trump contra os migrantes mexicanos, enquanto toda a população se indigna pelo muro da vergonha construído entre o México e os Estados Unidos, e enquanto protestamos a diário e denunciamos os maus tratos por parte da borderpatrol (guarda fronteiriça), e os mexicanos assassinados pela polícia de fronteira e, sobretudo, criticamos a discriminação que recebem nossos paisanos no país do Norte, se mantenha uma política agressiva contra aqueles migrantes da América Central que para chegar ao país do norte devem passar pelo escuro e sombrio país mexicano onde são assaltados, seqüestrados, violados ou assassinados pelas autoridades mexicanas e as bandas delitivas que operam na fronteira e em todo o país.

Para os migrantes transitarem pelo México é como ir a caminho do terror, já que devem burlar os agentes migratórios, passar fome, frio, viajar encima de um trem amontoados, correndo o risco de cair ou serem pisados por ele. Devem cuidar-se, pois, dentro do país, suas vidas correm perigo, a cada dia se arriscam e muitos não chegam a destino. Ao entrarem ao país sem papéis e de maneira ilegal se tornam em grupos vulneráveis e objeto de múltiplas violações aos direitos humanos, arbitrariedades ou omissões.

É difícil ter uma cifra exata de quantos migrantes sem documentos entram ao país já que todos os dias entram milhares. Ao entrar de maneira ilegal, seja de trem ou caminhando, a forma gera problemas na hora de dar cifras exatas de quem entrou, quantos desaparecidos, quantos morrem na travessia e quantos conseguem chegar às fronteiras, além de que as autoridades mexicanas que elaboram os reportes o fazem com informação duvidosa no caso de desaparições ou mortes de imigrantes.

O Centro de Pesquisadores de Estudos Superiores em Antropologia Social (CIESAS) tem apresentado os resultados do projeto “Central América-North América Dialogue” e indica que a população centro-americana residente, temporal ou permanente tem aumentado um 55% entre 2000 e 2010. Calculam que em 2014, 94 mil menores entraram ao país e foram interceptados na fronteira com o país do norte e 270 mil centro-americanos atravessaram pelo México até os Estados Unidos.

Quem atravessa o país o faz por trem, mas, não em primeira classe, os migrantes devem trepar-se à besta (A Besta de Ferro, O Trem da Morte, O Cavalo de Tróia ou Trem Assassino), esse trem pertence ao consórcio estadunidense de trens Genesse & Wyoming Inc. que opera através da sua filial Companhia de Trens Chiapas-Mayab, percorre de sul ao norte transportando matérias primas como azeites, gorduras vegetais, areia, ácidos, carvão, celulose, cimento, quarzo, ferro, madeira, fertilizantes, materiais de ensamble de veículos e veículos ensamblados, grãos, arroz, trigo, feijão, soja, sorgo, sementes, sal, açúcar, conservas de alimentos vegetais e materiais inflamáveis de alto risco como gás, amoníaco, ácido sulfúrico e combustível. “Esse trem ceifa vidas, decepa pés e mãos. Os corpos, muitas vezes nem se recolhem. A bordo tem roubos, violações e seqüestros. Não só nele, porém nos arredores da trilha por onde passa”, explica Isabel Muñoz, fotógrafa catalã que documentou a viagem. Esta viagem é perigosa demais e carece de humanidade, porque além de ir todos amontoados e pendurados, devem evitar ficar dormidos para não acidentar-se.

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A viagem na Besta, só é uma etapa neste caminho ao terror mexicano já que os migrantes devem lidar com outro problema que supõe outro grau de dificuldade mortal, o crime organizado e as autoridades migratórias, quem às vezes trabalhando por separado e, outras vezes juntos, fazem do passo dos migrantes um verdadeiro pesadelo. Durante a viagem os que atravessam são vítimas de seqüestros, execuções sumárias e desaparições forçadas. As autoridades não têm querido adotar as medidas adequadas para protegê-los, nem muito menos para investigar e julgar a quem comete abuso contra eles. Existe uma lei migratória aprovada em 2011 para proteger seus direitos, porém, não é aplicada e os abusos continuam.

Também os centros de acolhimento aos migrantes (casas de migrantes que trabalham graças ao capital nacional e estrangeiro) têm sido objeto de abusos e acosso por parte de grupos delitivos e de funcionários do Estado. Em 2013 três centros de migrantes se viram obrigados a fechar.

Em setembro, a PGR autorizou a criação de uma equipe de pesquisa (com peritos forenses internacionais) para a identificação de 200 corpos, que aparentemente, corresponderiam aos migrantes.

A partir de maio de 2012, diversas organizações civis do México e América Central, junto com a Fundação para a justiça, acompanhadas por TRIAL TrackImpunityAlways, apresentaram um informe alternativo ao Comitê contra a Tortura, dando eco à desaparição forçada, os atos de tortura e a violência à vítima e seus familiares.

Esse informe relata uma série de irregularidades com relação ao trabalho das autoridades e, sobretudo, documenta casos de desaparições forçadas e massacres contra os migrantes centro-americanos não documentados.

Como exemplo, “os massacres correspondentes a 72 pessoas migrantes em Tamaulipas, as 193 pessoas localizadas em Fossas Clandestinas em San Fernando Tamaulpas e os 49 torsos de Cadereyta, em alguns casos, se detectou a participação de agentes de autoridades de diferentes níveis – Fundação para a Justiça (2014). Desde 2012 em que ocorreram os fatos até hoje, as autoridades não tinha feito as investigações devidas e necessárias, que incluem privação de liberdade, execuções sumárias, desaparições forçadas, tráfico de pessoas, tortura e tratamentos cruéis, degradantes ou inumanos.

Um informe mais atual realizado pela Rede de Documentação das Organizações Defensoras de Migrantes do México revelou que durante 2015, 1.768 imigrantes disseram ter sido vítimas de algum delito, e 323 asseguraram que foram testemunhas de algum ilícito. Desta cifra o 45,7% das vítimas assinalou ter sofrido uma agressão por parte do crime organizado, enquanto que o 41,5% reportou que seu agressor foi algum funcionário dos distintos níveis de governo. Os migrantes hondurenhos foram quem padeceram um maior número de abusos, seguidos de salvadorenhos e guatemaltecos. Os estados mais violentos, localizados no sudeste mexicano, são Chiapas, Veracruz e Oaxaca.

Rita Robles, do Serviço Jessuíta a Migrantes, assinalou que, das testemunhas recebidas em 2015, calcula-se que uns 7 mil migrantes foram desaparecidos por agentes estatais ou membros da delinqüência organizada.

O governo mexicano cometeu o erro de ser um obstáculo para a travessia dos migrantes, já que os migrantes não procuram ficar no país, só procuram passar o mais rápido possível e chegar ao país do norte. A administração mexicana tem tomado o mau exemplo das políticas migratórias dos Estados Unidos e de fato lhes tem superado. Segundo o Instituto Nacional de Migração (INM) e o departamento de Proteção de Fronteiras (CBP) estadunidense, de outubro de 2014 até abril de 2015, os Estados Unidos deportou 70mil 440 pessoas, enquanto que no México, 92 mil 889 imigrantes foram deportados, o que deixa em evidência que a fronteira mexicana se está convertendo em uma barreira de contenção para a onda migratória.

Muitos dos migrantes têm sido interceptados pela polícia migratória enquanto viajavam de trem. Desde julho de 2014 se reforçaram os trens e as operações supressivas nas vias do trem em Tabasco, Oaxaca, Chiapas e Veracruz (inclusive há uma iniciativa para que o trem vá mais rápido para que os migrantes não possam se subir nele.)

Ante esses obstáculos, os migrantes recorreram à compra de identificações falsas para poder viajar de forma decente, digna e segura de ônibus, documentos que acostumam ser muito caros e, pelo qual, muitos recorreram a pedir dinheiro ou vender doces nas esquinas e avenidas concorridas, tendo que sofrer as humilhações e o desinteresse da gente. Outros decidiram chegar caminhando pelas vias do trem, atravessando os montes ou seguindo as rodovias para burlar os perigos, as autoridades e os bandos delitivos.

Esta mudança trouxe conseqüências graves para as casas ou organizações que ajudam os viageiros migrantes. Um exemplo disso é que antes chegavam ondas de 100 até 300 pessoas aos refúgios de Terra Branca (Veracurz), para comer, tomar água e descansar duas ou três horas, agora só chegam grupos de quatro pessoas a cada duas horas e descansam até 8 dias, esperando que as feridas dos seus pés sarem e consigam outro calçado. A mudança das rotas dos migrantes também supõe colocar em xeque os albergues que os ajudam agora devem brindar atenção médica, comida e alojamento até por 8 dias. Também há um recorte de apoio econômico dos doadores a estas organizações de ajuda. O fato de irem poucas pessoas de trem faz pensar que o fluxo tem diminuído e por isso o apoio diminui. Personagens como o padre Solalinde em Oaxaca e as Patronas em Veracruz não cessaram seu apoio e, embora algumas vezes são acossados pelo governo e o crime organizado, sua tarefa segue.

Aqueles mexicanos que criticam as leis migratórias, os abusos da borderpatrol, os comentários racistas de um pseudo-político ignorante, são os que deveriam também alçar a vos pelos migrantes da América Central. Não podemos pedir justiça para nossos migrantes no Norte se não somos capazes de oferecer justiça aos que estão de passagem. Lembremos que eles não buscam ficar no país. O México, para eles, é a ponte aos Estados Unidos. O crime organizado e as autoridades são cúmplices nos abusos, torturas e desaparições forçadas, pois, o primeiro comete os crimes e o segundo os encoberta. E as notícias sobre fossas clandestinas, migrantes explorados, seguem e seguem.

Versão em português: Raul Fitipaldi, para Desacato.info

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Cruzar por México y arriesgar la vida

Por Ana Rosa Moreno, de Puebla, México, para Desacato.info.

Alguna vez había escrito un texto sobre el cruce de los migrantes por México en un blog para estudiantes universitarios, describí lo difícil que es cruzar un país sumido en la violencia, controlada por la delincuencia organizada y los tratos inhumanos de la policía fronteriza y los agentes migratorios. Sin embargo, este tema ha sido uno de los que más me han preocupado y por eso lo sacó a colación una vez más con datos actualizados.

Es vergonzoso que mientras los gobernantes y los ciudadanos critican los comentarios racistas de Donald Trump contra los migrantes mexicanos, mientras toda la población se indigna por el muro de la vergüenza construido entre México – Estados Unidos y  mientras a diario protestamos y denunciamos los malos tratos por parte de la borderpatrol, los mexicanos asesinados por la policía fronteriza y sobre todo criticamos la discriminación que reciben nuestros paisanos en el país de Norte se mantenga una política agresiva contra aquellos migrantes de Centroamérica que para llegar al país del norte deben pasar por el oscuro y sombrío país mexicano donde son asaltados, secuestrados, violados o asesinados por las autoridades mexicanas y las bandas delictivas que operan en la frontera y en todo el país.

Para los migrantes transitar por México es como ir por el camino hacia el terror ya que deben burlar a los agentes migratorios, pasar hambre, frio, viajar encima de un tren amontonados corriendo el riesgo de caer o ser arrollados por el mismo, deben cuidarse ya que dentro del país sus vidas corren peligro, cada día se la juegan y muchos no llegan a su destino. Al entrar al país sin papeles y de manera ilegal les hace grupos vulnerables y objeto de múltiples violaciones de derechos humanos, arbitrariedades u omisiones.

Es difícil tener una cifra exacta de cuantos migrantes indocumentados entran al país ya que todos los días entran miles, y al entrar de manera ilegal ya sea por tren o a pie genera problemas a la hora de dar cifras exactas de quiénes entran, cuántos desaparecidos, cuántos mueren en el paso, y cuántos logran llegar a la frontera además las autoridades mexicanas que elaboran reportes con información dudosa sobre caso de desapariciones o muertes de inmigrantes.

El Centro de Investigadores de Estudios Superiores en Antropología Social (CIESAS) ha presentado los resultados del proyecto “Central América-North América Dialogue” e indica  que la población centroamericana residente, temporal o permanente ha aumentado un 55 por ciento entre 2000 y 2010. Calculan que en 2014, 94 mil menores entraron al país y fueron interceptados en la frontera con el país del norte y 270 mil centroamericanos cruzaron en México hacia Estados Unidos.

Quienes cruzan el país lo hace por tren, pero no en primera clase, los migrantes deben treparse a la bestia (La Bestia de Hierro, El Tren de la Muerte, El Caballo de Troya o El Tren Asesino), este tren pertenece al consorcio estadounidense de ferrocarriles Genesee & Wyoming Inc. que opera a través de su filial Compañía de Ferrocarriles Chiapas-Mayab, recorre de sur a norte transportando materias primas como aceites, grasas vegetales, arena, ácidos, carbón, celulosa, cemento, cuarzo, fierro, madera, fertilizantes, materiales de ensamble de vehículos y vehículos ensamblados, granos, arroz, trigo, frijol, soya, sorgo, semillas, sal, azúcar, conservas de alimentos vegetales y materiales flamables y de alto riesgo como gas, amoniaco, ácido sulfúrico y combustible.“Este tren sega vidas, corta pies o manos. Los cuerpos muchas veces ni se recogen. A bordo hay atracos, violaciones, secuestros. No sólo en él sino en los alrededores de su paso”, explica Isabel Muñoz. Fotógrafa catalana que ha documentado el viaje. Este viaje es sumamente peligro y carece de humanidad porque además de ir todos amontonados y colgajos deben evitar quedarse dormidos para no caer y sufrir algún accidente.

Foto: Especial

El viaje en la Bestia solo es una etapa en este camino hacia el terror mexicano ya que los migrantes deben lidiar con otro problema que supone otro grado de dificultad mortal, el crimen organizado y las autoridades migratorias, quienes a veces trabajando por separado y otras veces juntos hacen del paso de los migrantes una verdadera pesadilla, durante el viaje quienes cruzan son víctimas de secuestros, ejecuciones sumarias y desapariciones forzadas. Las autoridades no han querido adoptar las medidas adecuadas para protegerlos, ni mucho menos para investigar y juzgar a quienes cometen abusos contra ellos. Existe una ley migratoria aprobada en el 2011 para proteger sus derechos, sin embargo no la aplican y los abusos continúan.

También los centros de acogida de migrantes (casas de migrantes que trabajan gracias al capital nacional y extranjero) han sido objeto de abusos y acoso por parte de grupos delictivos y funcionarios. En el 2013 tres centros de migrantes se vieron obligados a cerrar.

En septiembre, la PGR autorizo la creación de un equipo de investigación (con peritos forenses internacionales) para la identificación de 200 cuerpos, que, según, corresponderían a migrantes.

Desde mayo del 2012, diversas organizaciones civiles de México y Centroamérica, junto con la Fundación para la justicia, acompañadas por TRIAL TrackImpunityAlways, presentaron un informe alternativo al Comité contra la Tortura, haciendo eco a la desaparición forzada. que implica actos de tortura y violencia directa a la víctima y sus familiares.

Este informe relata una serie de irregularidades con respecto al trabajo de las autoridades y sobre todo documenta casos de desapariciones forzadas y masacres contra los migrantes centroamericanos indocumentados.

Como ejemplo, “las masacres correspondientes a 72 personas migrantes en Tamaulipas, las 193 personas localizadas en Fosas Clandestinas en San Fernando Tamaulipas y los 49 torsos de Cadereyta, en algunos casos, se detectó la participación de agentes de autoridades de diferentes niveles” Fundación para la Justicia (2014). Del 2012 que ocurrieron los hechos hasta la fecha, las autoridades no han hecho las investigaciones debidas y necesarias, que incluyen privación de libertad, ejecuciones sumarias, desapariciones forzadas, trata de personas, tortura y tratos crueles, degradantes o inhumanos.

Un informe más actual realizado por la Red de Documentación de las Organizaciones Defensoras de Migrantes de México reveló que durante 2015, 1 768 inmigrantes dijeron haber sido víctimas de algún delito y 323 aseguraron que fueron testigos de algún ilícito. De esta cifra el 45,7 por ciento de las víctimas señaló haber sufrido una agresión por parte del crimen organizado, en tanto que el 41,5 por ciento reportó que su agresor fue algún funcionario de los distintos niveles de gobierno. Los migrantes hondureños fueron quienes padecieron un mayor número de abusos, seguidos de salvadoreños y guatemaltecos. Loa estados más violentos, ubicados en el sureste mexicano, son Chiapas, Veracruz y Oaxaca.

Rita Robles, del Servicio Jesuita a Migrantes, señaló que, de los testimonios recabados en 2015, se calcula que unos 7 mil migrantes fueron desaparecidos por agentes estatales o miembros de la delincuencia organizada.

El gobierno mexicano ha cometido el error de ser un obstáculo para el cruce, puesto que los migrantes no buscan quedarse en el país, solo buscan pasar lo más rápido posible y llegar al país del norte, la administración mexicana ha tomado el mal ejemplo de las políticas migratorias de los Estados Unidos y de hecho les han superado. Según el Instituto Nacional de Migración (INM) y el departamento de Protección de Fronteras (CBP) estadounidense, de octubre de 2014 a abril de 2015, Estados Unidos deporto a 70,440 personas, mientras que en México 92,889 inmigrantes fueron deportados, lo que pone en evidencia que la frontera mexicana se está convirtiendo en una barrera de contención para la oleada migratoria.

Muchos de los migrantes han sido interceptados por la policía migratoria mientras viajaban por tren, de hecho desde julio del 2014 se reforzaron los retenes y las operaciones sorpresivas en las vía del tren en Tabasco, Oaxaca, Chipas y Veracruz (incluso hay una iniciativa para que el tren vaya más rápido y así los migrantes no puedan subirse a él).

Ante estos obstáculos los migrantes han recurrido a la compra de identificaciones falsas para poder viajar de forma decente, digna y segura en autobús, documentos que suelen ser muy caros y por lo cual muchos han recurrido a pedir dinero o vender dulces sobre los cruceros y avenidas concurridas, teniendo que sufrir las humillaciones y el desinterés de la gente.Otros han decido llegar a pie, caminando por las vías del tren, cruzando los montes o siguiendo las carreteras para burlar los peligros, las autoridades y a las bandas delictivas.

Este cambio ha traído consecuencias graves para las casas u organizaciones que ayudan a los viajeros migrantes. Un ejemplo de ello es que antes llegaban oleadas de 100 hasta 300 personas a los refugios de Tierra Blanca (Veracruz), para comer, tomar agua y descansar dos o tres horas, ahora solo llegan grupos de cuatro personas cada dos horas y descansan hasta 8 días, esperando que las heridas de sus pies sanen y consigan otro calzado.El cambio de rutas de los migrantes también supone poner en jaque a los albergues que los ayudan pues ahora deben brindar atención médica, comida y alojamiento hasta por 8 días, también hay un recorte de apoyo económico de los donantes a estas organizaciones de ayuda, que vayan pocas personas en el tren hace pensar que el flujo ha disminuido y por ello el apoyo disminuye. Personajes como el padre Solilande en Oaxaca y las Patronas en Veracruz no han cesado su apoyo y aunque algunas veces son acosados por el gobierno o el crimen organizado su labor sigue.

Aquellos mexicanos que critican las leyes migratorias, los abusos de la borderpatrol, los comentarios racistas de un seudo político ignorantes son los que deberían también alzar la voz por los migrantes centroamericanos. No podemos pedir justicia para nuestros migrantes mexicanos en el Norte si no somos capaces de brindarle justicia a los que vienen de paso. Recordemos que ellos no buscan quedarse en el país, más bien México es el puente hacia los Estados Unidos, el crimen organizado y las autoridades son cómplices en los abusos, torturas y desapariciones forzadas pues el primero comete los crímenes y el segundo las cubre. Y las noticias sobre fosas clandestinas, migrantes explotados siguen y siguen.

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