Atos pelo país repudiam violência e homenageiam bailarina vítima de feminicídio

Magó, como era conhecida, foi assassinada no dia 26 de janeiro em Maringá (PR)

Atos ocorrem ainda em São Paulo, Itaparica (BA) e Campo Mourão (PR), no sábado (8). – Reprodução/Instagram

Por Marina Duarte de Souza.

O brutal assassinato da bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, conhecida como Magó, mobiliza mulheres e apoiadores a saírem às ruas do país nos atos “A vida pede passagem– #MagóPresente — #nenhumaamenos”. Os protestos já aconteceram no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. São Paulo e Bahia recebem atos no próximo sábado (8). O objetivo é chamar atenção para os índices crescentes de feminicídio e violência contra a mulher.

Estudante e professora de dança, a jovem foi encontrada morta na cachoeira de Mandaguari, na região de Maringá (PR), no dia 26 de janeiro deste ano. As manifestações no estado paranaense marcaram os sete dias após o assassinato, no dia 1 de fevereiro.

Em Maringá familiares, amigos e centenas de apoiadores ocuparam a prefeitura do município para dizer não à violência. Na capital, Curitiba, o ato reuniu mais de 200 pessoas em frente ao Teatro Guaíra, na Praça Santos Andrade.

Manifestantes de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul também saíram no dia 1º. Na capital catarinense, Florianópolis, a concentração foi na Praça XV de Novembro. Em Campo Grande, o protesto foi na Praça Ary Coelho.

Em São Paulo, a mobilização por Magó está marcada na capital para o próximo sábado (8), no Praça do Ciclista. Segundo as organizadoras, mulheres, artistas e capoeiristas da cidade e região, além do repúdio ao feminicídio o objetivo também é celebrar à vida.

“Apesar de ser sobre o assassinato de mulheres, é da vontade de seus familiares e amigos que este ato seja focado na celebração da vida – exatamente o que Maria Glória gostaria e faria se estivesse viva”, conforme manifesto da mobilização, que deve contar com expressões culturais que Magó pesquisava, como capoeira, dança, maracatu, poesia.

Também têm atos marcados as cidades de Itaparica (BA) — onde os manifestantes se reunirão às 15h, na Associação Cultural de Capuêra Angola Paraguassu –, e Campo Mourão (PR), com concentração em frente ao Edifício Arantes às 14h.

Investigação

Maria Glória Poltronieri Borges era artista e produtora. Dividindo seu tempo entre São Paulo (SP) e Maringá (PR), se dedicava à pesquisa em dança, improvisação e educação somática.

No dia 25 de janeiro, ela foi levada pela mãe até uma chácara, na região de Maringá (PR), para ficar sozinha, rezar e se conectar com a natureza. O combinado era a mãe encontrá-la no domingo (26), no entanto, ela não foi vista desde as 16h30 do sábado (25), quando as buscas começaram.

Magó só foi encontrada no início da tarde de domingo, pela própria irmã e a cerca de 10 metros de uma das trilhas principais nas proximidades de uma cachoeira, que fica a cerca de 800 metros da sede chácara.

O laudo pericial aponta que a jovem foi vítima de uma asfixia e que chegou a lutar com o agressor ou grupo de agressores, Magó também era professora de capoeira. Na tarde desta segunda-feira (3), outro laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Maringá confirmou que a bailarina também foi vítima de violência sexual.

Uma força-tarefa das Polícias Civil de Maringá e Mandaguari investiga o caso.

Edição: Rodrigo Chagas

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