Ato Público em Santa Catarina alerta para a ameaça de fechamento do Terminal da Petrobrás

Por Sérgio Homrich.

Dirigentes sindicais da microrregião do Vale do Itapocu, de Blumenau, do norte e planalto catarinense participaram do Ato Público em Defesa dos Direitos e do Meio Ambiente, contra a ameaça de privatização da Petrobrás e a destruição do Brasil que vem sendo promovida pelo governo federal. O Ato aconteceu à tarde, na frente da Câmara de Vereadores e ao lado da Prefeitura Municipal, chamando a atenção da comunidade que passava pela rua 28 de agosto, centro da cidade. A ameaça de fechamento do Terminal de Distribuição de Combustíveis da Petrobrás, localizado no Km 46 da BR-280, bairro Corticeira, pode representar a perda de quase 50% do Produto Interno Bruto (PIB) de Guaramirim. O presidente em exercício da Câmara de Vereadores, Ramon Castro esteve presente ao Ato e falou sobre o impacto negativo se realmente acontecer o fechamento do Terminal: “Onde há fumaça há fogo”, disse, confirmando que a Petrobrás é responsável por mais 40% da receita do município. “Já está difícil atrair novas empresas, se fechar as que temos, então, ficará ainda mais difícil”, disse.

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O movimento sindical pretende realizar audiências públicas e plenárias junto à comunidade, envolver Prefeitura, Câmara de Vereadores e Associação Comercial e Industrial, como forma de evitar o caos no município. O diretor do Sindipetro, Jordano Zanardi, que trabalha em São Francisco do Sul, disse que “a direção da Petrobrás, desde que foi empossada no atual governo, vem implementando um plano muito perverso com objetivo de privatizar a empresa até 2021”. Ele lembrou que uma das primeiras medidas foi a venda de quatro refinarias, incluindo a de Araucária (PR) e Alberto Pasqualini, em Canoas (RS). “Há menos de uma semana, a Petrobrás colocou mais quatro à venda, ou seja, do total de 13 refinarias, está se desfazendo de oito, além de vender plataformas, oleodutos, terminais, toda a malha de gás, os ativos logísticos interligados, sem falar no que já foi vendido, como a BR Distribuidora e a Liquigás”.

“Que fique claro para os vereadores, o prefeito e empresários que o fechamento da Petrobrás representa uma queda de quase 50% do PIB de Guaramirim”, advertiu Jordano, “isso dá para custear toda a Saúde do município”. Durante o Ato, os petroleiros presentes informaram que no dia 16 de setembro foi anunciada a transferência de todo o quadro administrativo do Terminal de Guaramirim para Joinville, a partir de 1º de outubro. “Já iniciou o desmonte do Terminal e está próximo o fechamento da unidade”, emendou, citando ainda que a categoria está em Campanha para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e que a empresa pretende cortar, unilateralmente, mais de 30 cláusulas do Acordo atual. “Os trabalhadores estão assustados com as transferências forçadas, são assediados pelos gestores, a direção da Empresa abriu três PDVs (Programa de Demissão Voluntária) e já anunciou o quarto em 2020”. E adiantou: “Estamos mobilizados e promovendo atos em todas as unidades, para debater o ACT e combater as privatizações. A greve será a última forma de sensibilizar a gestão em prol dos nossos direitos e, sobretudo,  de um projeto de nação soberana”.

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Jaraguá do Sul e Região (Sinsep), professor Luiz Cezar Schorner manifestou a preocupação da entidade e dos servidores de Guaramirim em relação à possibilidade bastante concreta do fechamento do Terminal. “Especificamente, para os servidores e para a população, não vai ter dinheiro para manter escolas, Centros de Educação Infantil, postos de saúde, para a assistência social e obras, não terá como manter a Prefeitura”, disse, reforçando o pedido de apoio: “Todos temos que nos unir nesta luta, porque o que está em jogo não é somente os salários dos servidores, mas o atendimento da população em geral”. O petroleiro George Medeiros analisou que o possível fechamento do Terminal da Petrobrás em Guaramirim poderá inviabilizar a economia do município como um todo, porque “os trabalhadores do petróleo e gás, desempregados, não vão comprar geladeira, a indústria naval não vai comprar as moto bombas e as tintas da Weg e as grandes malharias que temos aqui não terão demanda, porque o trabalhador vai comprar comida e não roupas. Quando a gente fala que defender a Petrobrás é defender o Brasil, não é da boca pra fora”. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul, Airton Anhaia conclamou: “O papel do movimento sindical é defender a população brasileira, a democracia, a soberania, essa riqueza que é a Petrobrás”.

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