Atentado suicida em casamento curdo mata mais de 50 pessoas na Turquia

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou neste domingo (21/08) que o autor do atentado contra uma festa de casamento curdo no sábado (20/08) à noite na cidade de Gaziantep, no extremo sul de Turquia, foi um adolescente de entre 12 e 14 anos de idade e atribuiu a ação ao grupo EI (Estado Islâmico).

O massacre “foi cometido por um adolescente suicida de 12-14 anos de idade”, disse Erdogan. “Os primeiros indícios investigados por nossos organismos de segurança apontam ao grupo jihadista Estado Islâmico, e trabalhamos nisso”, acrescentou em declarações transmitidas ao vivo pela emissora NTV.

Agência Efe

Parentes e amigos das vítimas protestaram contra o governo turco durante funeral

O total de vítimas é de 51 mortos e 94 feridos. Destes, 69 seguem sob tratamento nos hospitais, e 17 deles estão em estado grave, como afirmou o presidente.

Erdogan aproveitou a ocasião para fazer uma alusão entre o ocorrido e a recente tentativa de golpe de Estado sofrida por ele: “para nós não há dúvidas de onde procede o terror”, em uma alusão ao grupo curdo do PKK (Partido de Trabalhadores de Curdistão) e os seguidores do clérigo conservado Fethullah Gülen.

“Pode ser o terror da FETÖ (a confraria gülenista), do PKK, do EI ou do PYD-YPG (as milícias curdas) do outro lado da fronteira síria: para nós todos são organizações terroristas”, insistiu o presidente turco.

O partido de esquerda pró-curdo HDP, terceiro do Parlamento da Turquia, confirmou nesta madrugada que o casal que estava se unindo quando aconteceu o atentado era membro desta formação política, que foi alvo de vários ataques do EI durante o último ano.

Em toda a região do sudeste, que abriga uma maioria de população curda, existe há anos uma forte tensão entre os grupos de esquerda próximos ao HDP e os movimentos islamitas na órbita do Estado Islâmico.

Reações

A comunidade internacional condenou o atentado e reafirmou o apoio na luta contra o terrorismo no país.

Agência Efe

Imagem mostra pessoas na rua após a explosão da bomba

Um dos primeiros a reagir foi o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que expressou “que o ocorrido ressalta de novo a necessidade de juntar realmente os esforços de toda a comunidade internacional na luta contra o terrorismo”.

 Em um telegrama dirigido a Erdogan, o chefe do Kremlin mostrou “sua disposição a reforçar a cooperação antiterrorista com os parceiros turcos no marco dos acordos alcançados recentemente em São Petersburgo”. “Mais uma vez nos convencemos de que o terrorismo não só não reconhece os princípios que regem as sociedades civilizadas, mas as normas mais básicas da moral humana”, afirmou.

O presidente francês, François Hollande, qualificou de “ignóbil” o atentado e, em mensagem de condolências às autoridades e ao povo turcos, ressaltou que a França está junto com “todos os que lutam contra a praga do terrorismo”.

Já o presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, o espanhol Pedro Agramunt, manifestou sua repulsa a “este novo ato de violência” e transferiu uma mensagem de apoio à Turquia pelo que chamou de um “dramático ataque”.

o presidente parlamento Europeu, Martin Schulz, lamentou o fato através do Twitter. “os terroristas propagaram a morte e a dor onde estavam sendo celebrados o amor e a vida”, escreveu.

“Outra vez um ataque horrível comoveu a Turquia. Outra vez enfrentamos os métodos bárbaros do terror e outra vez morreram pessoas inocentes”, disse o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank Walter Steinmeier, ao lamentar que “um casamento, uma festa da alegria, se transformou em um pesadelo”.

Além disso, os governos da Arábia Saudita e Egito condenaram o atentado. Desde Riad, as autoridades reiteraram “sua plena solidariedade e apoio à Turquia em sua luta contra o terrorismo”, enquanto o Ministério egípcio das Relações Exteriores expressou seus pêsames e desejos de pronta recuperação dos feridos.

(*) com agência Efe

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