Assinado Acordo que reajusta o Piso Salarial Estadual

Dieese 2

Piso Salarial Estadual tem novos valores

Acordo foi assinado no dia 30 de janeiro e reajuste é retroativo a 1º de janeiro

Florianópolis – O acordo pelo reajuste do Piso Salarial Estadual foi definido na quarta rodada de negociação entre representantes dos trabalhadores e patronal, realizada na tarde do dia 30, na Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), em Florianópolis.

Os índices das quatro faixas salariais variaram de 8,74% a 8,99%.

A reunião foi tensa, com várias pausas para debate particular das partes porque, em princípio, as contrapropostas apresentadas pela classe patronal não foram aceitas e vice-versa.

“Considero o resultado razoável. Negociar é um processo e para o ano que vem esperamos reajuste melhor”, avalia o coordenador da Comissão de trabalhadores e diretor sindical do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Ivo Castanheira. Agora, o acordo segue para o governo do estado.

Os patrões, representados pelas federações patronais de todos os setores, no estado, se mostraram inflexíveis e somente depois de muita conversação e persistência se chegou ao entendimento.

Houve pequenas diferenças nos índices, que variam de acordo com as faixas salariais.

São quatro faixas: a primeira tem o valor de R$ 908,00, incluindo o reajuste de 8,74%; a segunda, de R$ 943,00 (8,76% de reajuste); a terceira, no valor de R$ 994,00 (8,99%); e a quarta faixa obteve reajuste de 8,88%, subindo de R$ 957,00 para R$ 1.042,00.

O reajuste do Piso é retroativo a 1º de janeiro de 2015. A variação do INPC/inflação nos últimos 12 meses foi de 6,23%. A comissão que negocia pelos trabalhadores é formada por dirigentes das Centrais Sindicais e Federações de Trabalhadores, em Santa Catarina.

Falando em nome dos demais representantes dos trabalhadores na comissão, Ivo Castanheira avalia a negociação pelo reajuste do Piso, neste ano, “como uma das mais difíceis, apesar de que o percentual negociado foi bom”. Ele espera que no próximo ano se faça negociação melhor. “Nossa proposta final era de que o índice fosse no mínimo igual ao do Salário Mínimo nacional, portanto, não tivemos perda, pelo contrário, conquistamos ganho real”, ponderou. Para Castanheira, tanto as entidades sindicais de trabalhadores quanto dos empresários têm demonstrado amadurecimento na negociação: “Em Santa Catarina existe um processo diferente dos outros estados, aqui o reajuste do Piso Estadual é negociado efetivamente pelas partes e isso foi demonstrado mais uma vez”, finalizou. A comissão que representa os trabalhadores de Santa Catarina é formada por 16 Federações, cinco Centrais Sindicais e o Dieese.

Veja, abaixo, as categorias incluídas em cada faixa salarial e o valor do Piso Estadual:

Primeira faixa – de R$ 835 para R$ 908 – inclui trabalhadoras e trabalhadores:

* agricultura e pecuária;

* indústrias extrativas e beneficiamento;

* empresas de pesca e aquicultura;

* empregados domésticos;

* indústrias da construção civil;

* indústrias de instrumentos musicais e brinquedos;

* estabelecimentos hípicos;

* empregados motociclistas, motoboys e do transporte em geral, exceto os motoristas.

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Segunda faixa – de R$ 867 para R$ 943 – inclui trabalhadoras e trabalhadores:

* indústrias do vestuário e calçado;

* indústrias de fiação e tecelagem;

* indústrias de artefatos de couro;

* indústrias do papel, papelão e cortiça;

* empresas distribuidoras e vendedoras de jornais e revistas e empregados em bancas,

vendedores ambulantes de jornais e revistas;

* empregados da administração das empresas proprietárias de jornais e revistas;

* empregados em estabelecimentos de serviços de saúde;

* empregados em empresas de comunicações e telemarketing;

* indústrias do mobiliário.

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Terceira faixa – de R$ 912 para R$ 994 – inclui trabalhadoras e trabalhadores:

* indústrias químicas e farmacêuticas;

* indústrias cinematográficas;

* indústrias da alimentação;

* empregados no comércio em geral;

* empregados de agentes autônomos do comércio.

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Quarta faixa – de R$ 957 para R$ 1.042,00 – inclui trabalhadoras e trabalhadores:

* indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico;

* indústrias gráficas;

* indústrias de vidros, cristais, espelhos, cerâmica de louça e porcelana;

* indústrias de artefatos de borracha;

* empresas de seguros privados e capitalização e de agentes autônomos de seguros privados e crédito;

* edifícios e condomínios residenciais, comerciais e similares, em turismo e hospitalidade;

* indústrias de joalheria e lapidação de pedras preciosas;

* auxiliares em administração escolar (empregados de estabelecimentos de ensino);

* empregados em estabelecimento de cultura;

* empregados em processamento de dados;

* empregados motoristas do transporte em geral;

* empregados em estabelecimentos de serviços de saúde.

Foto: Sergio

Fonte: DIEESE

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