Assange aceita ser interrogado em Londres

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O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, aceitou ser ouvido por promotores suecos no Reino Unido no processo em que ele responde por crimes sexuais, anunciou seu advogado nesta sexta-feira (13/03). Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres há quase três anos, a fim de evitar uma extradição para a Suécia.

“Ele recebe bem a proposta, é o que nós temos pedido há quatro anos. Ele quer ser interrogado, limpar seu nome e seguir com sua vida”, disse o advogado de Assange, Per Samuelson, a uma rádio sueca nesta sexta-feira.

A Justiça da Suécia quer que Assange responda a acusações de agressão sexual e estupro, as quais Assange nega. O australiano de 43 anos teme que, caso volte para a Suécia, seja repatriado aos Estados Unidos, onde pode ser julgado pelo vazamento de informações confidenciais por meio de sua plataforma na internet, o WikiLeaks.

A promotoria havia descartado inicialmente uma viagem a Londres para interrogar Assange por considerar que um interrogatório na embaixada do Equador seria de “qualidade inferior”.

No entanto, a promotora responsável pelo caso, Marianne Ny, decidiu considerar a opção ao constatar que alguns dos crimes pelos quais Assange responde deverão prescrever, ou seja, perder o efeito legal, a partir de agosto. Ny também pediu uma amostra de DNA de Assange.

O fim do impasse foi considerado “uma vitória para Julian”, segundo a porta-voz do WikiLeaks, Kristinn Hrafnosson. Ela ainda criticou a demora da promotoria em aceitar a opção. “É absolutamente ultrajante que a promotora sueca tenha levado quatro anos e meio para chegar a essa conclusão, após sustentar que ela não poderia ir a Londres porque seria algo ilegal”, disse Hrafnosson. “Obviamente esse era um argumento falso.”

Se todas as partes estiverem de acordo, o Reino Unido deverá permitir que o interrogatório seja efetuado, e o Equador deverá abrir as portas para a promotoria sueca.

O processo contra Assange foi aberto em 2010 por duas suecas, mas ele ainda não foi indiciado formalmente. Ele afirma que as relações mantidas com elas foram consensuais.

O australiano teme um processo nos Estados Unidos pelo vazamento no site WikiLeaks de 250 mil telegramas diplomáticos americanos e cerca de 500 mil relatórios militares considerados segredos da Defesa do país.

MSB/dpa/ap/lusa

Fonte: DW

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