As Trapeiras usam a arte durante a pandemia para acolher mulheres vítimas de violência doméstica

Em abril o Coletivo As Trapeiras dá sequência às oficinas virtuais em parceria com a Casa Sofia - Centro de Defesa e Convivência da Mulher (CDCM) e cria espaço de diálogo seguro para mulheres que foram vítimas de violência doméstica, promovendo uma rede de acolhimento e fortalecimento para cada uma delas.

As trapeiras. Foto: Dani Garcia

Iniciativa de combate à violência doméstica atua com mulheres do Jardim Ângela, Jardim São Luis, Capão Redondo e Campo Limpo

Com o crescimento dos índices de todos os tipos de violência contra a mulher em razão da pandemia da COVID-19, incluindo episódios de violência física e psicológica que já aconteciam antes e se agravaram durante os períodos de isolamento social, muita iniciativas foram adaptadas para o universo digital na tentativa de criar espaços de diálogo e acolhimento para as vítimas.

É o caso do projeto “Fortalecendo Mulheres”, do Coletivo As Trapeiras, contemplado na 17ª edição do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais do Município de São Paulo (VAI) 2020 – Modalidade 2, que foi adaptado para o formato digital e, desde março de 2021, vem se conectando com mulheres trans e cis, criando espaços seguros para a realização de ações de empoderamento feminino.

“A virtualidade não foi um obstáculo para a criação e fortalecimento dos vínculos. Mesmo à distância, conseguimos proporcionar um espaço de acolhimento, onde reconhecemos nosso local como agentes ativas de transformação da realidade pessoal tanto nossa, como de outras mulheres”, dizem As Trapeiras.

Oficina Trapeiras – casa vivi 2017 – As trapeiras

Nos dias 05, 12, 19 e 26 de abril de 2021 (segundas-feiras), o Coletivo As Trapeiras realiza oficinas virtuais com mulheres do Jardim Ângela, Jardim São Luis, Capão Redondo e Campo Limpo, em parceria com a Casa Sofia – Centro de Defesa e Convivência da Mulher (CDCM), um espaço integrativo para mulheres vítimas de violência doméstica localizado na Zona Sul de São Paulo.

Ao propor reflexões sobre estratégias de luta e de libertação das mulheres, Lei Maria da Penha e outros temas relacionados ao ciclo de violência, o Coletivo As Trapeiras constrói uma espécie de rede de apoio, fazendo uso da arte para fortalecer a auto estima e empoderar aquelas que se encontram vulneráveis, buscando complementar o trabalho já realizado pelos Serviços Especializados de Atendimento à Mulher.

“Como artistas e pedagogas, estamos nos reinventando constantemente e, junto com as mulheres dos Serviços Especializados de Atendimento à Mulher, conseguimos continuar pensando em estratégias para quebrar o ciclo de violência em tempo de pandemia”, comentam As Trapeiras.

Uma das mulheres que prefere não se identificar por motivos de segurança, comenta como foi a experiência com o projeto Fortalecendo Mulheres até o momento:

“Esta vivência veio resgatar algo que já havia adormecido em mim. Uma experiência muito gratificante para este momento da minha vida e, com certeza, um grande escape em tempos de clausura em virtude da pandemia. O trabalho do Coletivo As Trapeiras é uma libertação feminina. Algo que parece tão simples e que podemos observar o quão esquecido fica ao passar dos anos o nosso interior reprodutor. Este projeto resgata a força, a essência e a voz feminina. Sou muito agradecida!”, ela explica.

Além das oficinas, as mulheres poderão participar da apresentação virtual de “Tramarias: Libertando-se das Tramas”, espetáculo de Teatro-Fórum em que cada participante será convidada a refletir através de sua própria atuação em cena, podendo se enxergar como parte da questão a ser solucionada, ensaiando a transformação da sua realidade.

As Trapeiras unem-se para provocar a reflexão e conscientização sobre as problemáticas relacionadas à mulher no atual sistema patriarcal. Buscando criar parcerias e redes de fortalecimento nos Serviços Especializados de Atendimento à Mulher por onde circulou – no estado de São Paulo e Paraná – o grupo já acolheu quase 6.000 (seis mil) mulheres em situação de violência, abordando casos individuais e coletivos vivenciados nas oficinas já ministradas.

O coletivo As Trapeiras foi fundado por Sabrina Motta, Jessica Duran e Ivy Mari Mikami. Já contou com as artistas Carol Doro, Patrícia Silva, Marina Affarez, Cecília Botoli, e atualmente é integrado pelas artistas plurais Amabile Inaê, Ivy Mari Mikami e Verónica Gálvez Collado.

Para mais informações, acesse:

Site: astrapeiras.wixsite.com/as-trapeiras

Instagram: @astrapeiras

Facebook: www.facebook.com/astrapeiras

Youtube: www.youtube.com/channel/UCrDAharuzeZCtg7tazFJGHw/featured

Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini – Cel (11) 99568-8773 – [email protected]

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