Argentina enfrenta quarta greve geral contra governo Macri

Foto: AFP.

Por Deutsche Welle.

A quarta greve geral contra a política econômica do governo do presidente Mauricio Macri, convocada pela principal central sindical da Argentina, começou à meia-noite (hora local) desta terça-feira (25/09) e deve durar todo o dia.

A paralisação convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) visa protestar contra os ajustes do governo em meio à crise que afeta o país devido à desvalorização abrupta do peso, registrada desde o final de abril, à alta inflação e à queda da atividade econômica.

Desde o final da tarde desta segunda-feira, as seis linhas do metrô de Buenos Aires estão completamente paralisadas por causa da adesão à greve e não funcionarão novamente até a manhã de quarta-feira. Também não andarão trens e ônibus de curta e longa distância, e dificilmente haverá táxis circulando nas ruas.

Em relação ao serviço aéreo, a adesão dos sindicatos de técnicos e pilotos é majoritária e as empresas, como Aerolíneas Argentinas e Latam, já anunciaram o cancelamento de seus voos domésticos. As companhias sugeriram aos clientes que reprogramem suas viagens.

Nos hospitais públicos do país, devem funcionar apenas os serviços mínimos para emergências. Não haverá aulas nas escolas nem atividade nos portos. E os bancos ficarão com as portas fechadas durante todo o dia. Os serviços de coleta de lixo e postos de combustível também serão afetados pela paralisação.

Embora a greve da CGT não inclua uma mobilização nas ruas, partidos de esquerda e organizações sociais estarão concentrados em várias áreas do país.

“O governo precisa mudar de rumo. Essas políticas levaram a um colapso”, disse Héctor Daer, um dos membros do triunvirato da CGT, na segunda-feira, citado pela agência de notícias Efe.

Por sua vez, Juan Carlos Schmid, um dos líderes da central sindical, ressaltou que há “uma pronunciada deterioração social” e que haverá uma adesão elevada à paralisação, porque “é evidente” que o plano econômico do governo “falhou”.

A greve atual é precedida pelas mobilizações promovidas na segunda-feira pela Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) e pela CTA Autônoma, organizações que integram principalmente funcionários do setor público e convocaram uma paralisação de trabalho de 36 horas.

A greve geral coincide com as negociações entre o governo da Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para renegociar o crédito de 50 bilhões de dólares assinado em junho do ano passado. O acordo foi fortemente criticado pelos sindicatos, que advertiram que os ajustes afetariam os cidadãos mais vulneráveis.

Com este empréstimo, o Executivo argentino busca acelerar as reformas para reduzir o alto déficit fiscal, ao qual atribui a falta de confiança dos investidores.

As greves anteriores de 24 horas promovidas contra o atual governo por parte da CGT ocorreram em abril e em dezembro de 2017 e no final do último mês de junho.

O governo de Macri reiterou que este não é “um momento oportuno” para fazer uma nova greve, que segundo estimativas terá um custo de aproximadamente 31,6 bilhões de pesos argentinos (847,16 milhões de dólares), equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

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