Aprovada sessão Especial em celebração aos 37 anos da Novembrada

Vereadores aprovam na sessão desta quarta-feira, em requerimento do vereador Lino Peres, Sessão Especial no mês de novembro em celebração aos 37 anos da Novembrada em Florianópolis. Na situação atual, mais do que nunca, essa é uma data que deve ser lembrada. “Essa homenagem tem importância histórica por representar a luta contra a Ditadura e pelas liberdades democráticas. É também uma iniciativa para lembrar que vivemos um Estado de Exceção sob o regime Temer”, declarou Lino na tribuna.

Em 30 de novembro de 1979, nossa capital realizou um levante popular em plena Ditadura Militar contra o então Presidente da República, general João Figueiredo. Foi um marco histórico na campanha pela redemocratização do Brasil, lembrado como um sinal do enfraquecimento do regime militar. Em visita à cidade, ciceroneado pelo então governador biônico, Jorge Bornhausen, Figueiredo levou um panelaço de donas de casa no caminho do aeroporto ao centro. Na Praça XV e no Largo da Catedral, estudantes, familiares das vítimas do Massacre de Anhatomirim (uma placa em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto havia sido inaugurada na praça), taxistas, e muitas pessoas indignadas com as condições de vida à época, protestavam. Irritado, Figueiredo fez um gesto obsceno ao público, que respondeu xingando a mãe do presidente – ele desceu intempestivamente para tirar satisfações com os manifestantes. Mantendo a programação, o presidente ainda tomou um café no Senadinho, onde voltou a ser ofendido e criticado pela população.

Nos dias seguintes, os serviços de segurança do Estado e a Polícia Federal promoveram uma caça aos líderes estudantis que organizaram os protestos. Sete pessoas foram pressas e enquadradas na Lei de Segurança Nacional: Adolfo Luiz Dias (presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFSC), Lígia Giovanella (vice-presidente do DCE e namorada de Dias), Amilton Alexandre, Rosângela de Souza, Marize Lippel, Newton Vasconcelos Jr. e Geraldo Barbosa.

Essa perseguição incensou uma reação popular, e no dia 4 de dezembro políticos, ativistas dos direitos humanos, estudantes e população em geral tomaram as escadarias da catedral para exigir a libertação dos estudantes. A repressão policial foi de grande violência, e inclusive mulheres e crianças foram espancados. Determinados, os manifestantes não deixaram o local. A multidão ficou de frente para o pelotão de PMs na rua Arcipreste Paiva e em coro cantou o Hino Nacional, protagonizando um dos momentos mais emocionantes da história da Novembrada. Após 15 dias de prisão, os estudantes foram libertados.

Uma junta de notáveis juristas brasileiros (como Dalmo de Abreu Dallari, José Carlos Dias, Roberto Motta, dentre outros) foi reunida pelo advogado Nelson Wedekin, da Comissão de Paz e Justiça da Arquidiocese de Florianópolis, para cuidar da defesa dos sete acusados. Pode-se dizer que o desfecho da Novembrada ocorreu em fevereiro de 1980 com o julgamento promovido pela Justiça Militar em Curitiba. Todos foram absolvidos.

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Fonte: Vereador Lino Peres.

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