Antropóloga renomada é ameaçada por defender direito ao aborto

Jornal GGN – A onda de ataque a quem defende mais direitos não para de deixar sua marca. Nesta quinta (5), o Correio Braziliense noticia que a nova vítima da turba desrespeitosa na internet é a professora de Direito da Universidade de Brasília Debora Diniz, escolhida em 2016 pela revista norte-americana Foreign Policy como uma dos 100 maiores pensadores globais do ano.
Debora alcançou o reconhecimento internacional com sua pesquisa sobre grávidas infectadas por zika vírus. Estuda temas como feminismo, bioética, direitos humanos e saúde. E foi sua militância pela descriminalização do aborto que a fez vítima de agressões.

A acadêmica relatou ao veículo que recebe há alguns meses mensagens na internet e mais recentemente ligações com ofensas graves e ameaças. Teve de registrar queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, que apura o caso.
Antropóloga, Debora é chamada abertamente nas redes sociais de “assassina” e “monstro”. Sua imagem é espalhada em comunidades virtuais que tratam de compartilhar o conteúdo ofensivo.
“Essa decisão de enfrentar e de levar a sério é difícil. É complicado saber se são covardes de internet ou se há ameaças concretas. Mas, como eles iniciaram uma campanha botando minha foto e tudo, eu tive que tomar essa decisão”, relatou.
A professora foi convidada pela ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal para participar, em agosto, de uma audiência pública sobre descriminalizar o aborto até a 12ª semana de gestação. Ela também é pesquisadora do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis), que moveu a ação que será julgada pela Suprema Corte.
Em nota, a Reitoria da Unb declarou repudio aos ataques sofridos por Debora. “A UnB tem, entre seus princípios, a liberdade de cátedra e o compromisso com a paz e repudia quaisquer manifestações de ódio e intolerância”, afirma.
A professora ainda recebeu a solidariedade da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), da UFRJ, da UFF, da UERJ, da PPGBios (Programa de Pós-Graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva) e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
A delegacia prometeu divulgar em breve informações e esclarecimentos sobre a apuração do caso.

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