Antes de deixar Ministério do Trabalho, Nogueira fez de tudo para barrar auditoria

Antes de deixar o Ministério do Trabalho, ainda em meados de outubro, o então titular da Pasta, Ronaldo Nogueira (PTB), fez de tudo para barrar uma investigação da Controladoria-Geral da União. Até acionou a Advocacia-Geral da União (AGU), um órgão do próprio governo, para impedir que o relatório da auditoria da CGU viesse à tona. É o que mostra reportagem de O Globo divulgada nesta sexta (29).

Segundo a matéria, o gesto de Nogueira foi visto como “inusual e considerado sem precedentes dentro do governo”. Ele buscou a AGU em 23 de outubro “para tentar anular a auditoria e impedir a publicação do relatório, finalizado desde o dia 11 daquele mês. No último dia 12, o colegiado da AGU recusou o pedido, o que levou a um novo recurso do ministério, no dia 21.”

A Câmara de Conciliação da AGU jamais havia sido acionada para arbitrar um conflito dessa ordem. Inclusive, argumentou que não tinha competência para rejeitar o pedido de Nogueira.

A reportagem ainda relata mais suspeitas sobre o caso. Diz que o relatório da CGU recomendou a devolução aos cofres públicos de R$ 5 milhões, relativos a contratos superfaturados ou não executados, fechados pelo Ministério do Trabalho sob Nogueira com a empresa “Business Intellingence-BI MicroStrategy”. Ela foi contratada para atuar na área de “tecnologia de informação e plataformas antifraude em programas como o seguro-desemprego, com compra de licenças, manutenção e suporte.”

Dois contratos com a B2T somam R$ 76,7 milhões, e segundo O Globo, “a auditoria aponta superfaturamento, por exemplo, nas horas de trabalho pagas aos funcionários da empresa. Um só empregado recebeu R$ 126 mil por 22 dias úteis de trabalho, ou R$ 828,95 por hora trabalhada, mostrou o relatório.”

Nogueira também barrou os trabalhos de um “grupo montado no Ministério do Trabalho para analisar os contratos com a B2T.” “Além disso, servidores se recusaram a fazer pagamentos referentes aos contratos e pediram para deixar as funções, conforme essas fontes. Gestores que ocupam cargos comissionados no ministério e filiados ao PTB em Goiás — de onde é o líder do partido na Câmara, deputado Jovair Arantes — foram colocados nas funções.”

Fonte: Jornal GGN

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