Mortes de crianças indígenas é 56% maior do que de não-indígenas

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O índice de mortes entre os pequenos índios foi 56% maior do que o de crianças não-indígenas da mesma idade. Foto retirada do site Racismo Ambiental.

Por Gisele Rodrigues.*

Seminário neste fim de semana discutirá temas como mortalidade infantil e educação escolar diferenciada

Em média, três mortes foram registradas a cada 100 internações de crianças indígenas este ano, no Amazonas, conforme apontou o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Ministério da Saúde (MS). A taxa de mortalidade por 100 hospitalizações se refere a crianças indígenas de até quatro anos. Até outubro deste ano, esse índice de mortes entre os pequenos índios foi 56% maior do que o de crianças não-indígenas da mesma idade. 

Segundo o banco de dados do MS, a morte de crianças indígenas de até quatro anos de idade dobrou em 2016. Saltou de quatro mortes para oito – comparando os meses de janeiro a outubro deste ano e de 2015.

Segundo o MS, em 2016, 64% das mortes infantis indígenas ocorreram antes das crianças completarem um ano. Esse número de mortes era ainda mais preocupante nos primeiros dez meses do ano passado, quando 100% dos falecimentos foram registrados em crianças de até um ano.

Este ano, o município com o maior número de mortes de crianças de até quatro anos foi São Gabriel da Cachoeira (2), região conhecida pela grande população indígena. De acordo com o MS, 135 internações de crianças menores de um ano foram realizadas no Estado, sendo 23 em São Gabriel da Cachoeira, 15 em Atalaia do Norte e 12 em Barcelos, os municípios do interior com maior número de hospitalizações de crianças nessa faixa.

A taxa de mortalidade infantil indígena do Datasus é calculada em razão do número de pacientes da população nativa internados, e não da totalidade de crianças indígenas.

Seminário

Neste fim de semana a mortalidade infantil indígena, educação escolar diferenciada e bilíngue, o acesso a saúde, direitos e geração de renda para indígenas que residem em área urbana, serão temas debatidos na V Assembleia Geral Ordinária da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), que será realizada na Aldeia Inhã Bé, Rio Tarumã Açú, em Manaus.
Segundo a organização, todas as comunidades indígenas de Manaus e do entorno estarão presentes na Assembléia para discutir temas como: desafios e perspectivas do movimento indígena a nível local, regional e nacional; direito dos povos indígenas; geração de renda, atividades produtivas sustentáveis, dentre outros.

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