A mesquinharia infinita de Temer ao negar comida a Dilma

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Por Paulo Nogueira.

Nada como o poder para revelar a alma de alguém.

Considere Temer.

Ele mandou interromper a comida para Dilma e assessores no Palácio do Alvorada, conforme conta a Folha neste sábado.

A informação foi confirmada pelo Planalto. Depois, provavelmente por receio da repercussão, Temer devolveu a comida a Dilma.

Isso se chama mesquinharia, ruindade, canalhice.

Enquanto Temer se arrastou na obscuridade da vida política, estes traços eram desconhecidos. Bastou, aos 75 anos, chegar ao poder, ainda que pelas portas dos fundos, para que seu caráter se revelasse na imensidão do abismo moral.

Entende-se agora por que numa conversa gravada um íntimo de Temer disse que ele é homem de Cunha.

Ele já vinha numa escalada.

Uma de suas primeiras providências quando aparelhou a EBC com um pau mandado de Cunha, Laerte Rimoli, foi proibir o uso da palavra presidenta. Foi uma demonstração soberba de pequenez infinita.

(Na EBC, foi lindo ver justiça devolver a EBC ao jornalista Ricardo Melo, tirado de lá irregularmente por Temer. Tão bonito quanto isso foi ver a remoção de Rimoli, um pseudojornalista formado pelo que há de mais sórdido: a escola Globo e a escola Cunha. Na Câmara, onde dirigiu sob Cunha a tevê dos deputados, Rimoli censurou descaradamente progressistas que criticavam seu chefe.)

São conhecidas, fora tudo, as dificuldades que Temer impõe a quem queira visitar Dilma em seu refúgio. Mesmo assim, senadores como Cristovam Buarque e Romário superaram as barreiras e foram conversar com ela, nos últimos dias. Caso os dois mudem de voto, conforme se especula, Dilma estará perto da vitória na votação final do Senado.

Temer, com suas mesóclises obsoletas e sua inexcedível capacidade de recrutar corruptos para seu ministério de notáveis, parece no Planalto um cadáver que já vai cheirando mal.

Há que enterrá-lo e devolver o poder a quem de direito — a candidata que levou 54 milhões de votos há muito pouco tempo, e a quem Temer negou comida.

Fonte: DCM.

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