A luta pelo impeachment como passo tático

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Reprodução da reflexão do jornalista Milton Temer na sua página do Facebook.

ACORDEI hoje com um sentimento distinto, ou pelo menos complementar, sobre o combate ao Estado já policial vigente. Porque não elimina a possibilidade anterior de apoio à tese de mobilização pela nulidades das eleições presidenciais.


CONSIDERO-A ainda correta e pertinente. Mas, fazendo uma nova leitura do que antes eu contestava – impeachment do capitão “reformado”-. Se aceito que tudo o que vem sendo mostrado ou descrito como “sandice”, nos ditos e malfeitos de Bolsonaro, tratar-se de fato não de sandices mas de metodologia de ação pre-concebida, começo a considerar que a tarefa mais factível é a mobilização pelo impeachment.

E POR QUE? Porque considero estar em marcha um processo em tudo reprodutor daquele que foi produzido por um “irracional” cabo austríaco na “iluminada” Alemanha dos anoans 30. Bolsonaro não é só um admirador de milícias. Ele é, incontestavelmente, mesmo sem saber, um fascista militante.

COMO O EXEMPLO anterior, começa a ver seus seguidores fanáticos, gerados majoritariamente na outrora “maioria silenciosa” , se transformando numa nova versão dos organizados “camisas pardas”. Agressivos, interligados pela adoração ao “mito”.

DA MESMA FORMA que no nazismo e no fascismo, o mito é indispensável no próprio ethos autoritário do regime. E da tropa que ocupa atualmente o Planalto, não há outro que substitua Bolsonaro nesse quesito. Nem Moro, que pode ser icônico, mas que não consigo ver no comando que Bolsonaro exibe sobre seus fanáticos.

SUA CASSAÇÃO DE MANDATO, a despeito de ser substituído por alguém com tanta identidade com a tropa dos porões da ditadura, Hamilton Mourão, desorganiza o que começo a ver como algo já palatável para os maganos do grande capital. Que, aliás, não hesitam em colocar suas imundas caras nos jornalões, em defesa de Bolsonaro, por conta de ver nele o agente mais eficaz na garantia do pacote de contra-reformas com que pretendem eliminar o que resta de direitos civis e sociais. Conseguem o que precisaram fazer em 64 para obter, com vantagem. Escudados no voto de 53 milhões de alienados e uma minoria de mal-intencionados por posição na luta de classes.

É NESSE CONTEXTO que vejo a compatibilidade de aceitar a luta pelo impeachment – que pode vir por vias institucionais – se passarmos a considerá-lo como passo tático na luta mais ampla pela liquidação das ameaças de nazi-fascismo em nosso País.
LUTA QUE SEGUE.

 

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