Lei antiboicote israelense, um ataque à liberdade de expressão

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A lei aprovada pelo Parlamento (Knesset) israelense que converte em crime a petição de boicote contra o Estado de Israel ou seus assentamentos na Cisjordânia terá um arrepiante efeito sobre a liberdade de expressão em Israel. Assim o manifestou hoje Anistia Internacional.

A controvertida lei, aprovada na segunda-feira à noite, converte em crime civil a petição de um boicote econômico, cultural ou acadêmico por motivos políticos contra o povo ou as instituições de Israel ou os Territórios Palestinos Ocupados (TPO). Quem fizer uma petição deste tipo se pode enfrentar a um processo na justiça e punições econômicas.

Os promotores do projeto de lei, proposto originalmente em julho de 2010 por Ze’ev Elkin, parlamentar e presidente da coligação, deixaram claro que um dos seus objetivos principais é punir àqueles que pedem um boicote para fazer campanha contra os assentamentos ilegais israelenses nos TPO ou para destacar as violações constantes dos direitos da população palestina causadas pelos assentamentos.

“Apesar de que os promotores afirmam o contrário, esta lei é uma tentativa flagrante de calar a disidência pacífica e fazer campanha mediante o ataque contra o direito à liberdade de expressão, um direito que todos os governos devem respeitar e defender”, manifestou Philip Luther, diretor adjunto do Programa para Meio Oriente e o Norte da África de Anistia Internacional.

“A ampla definição de boicote poderia aplicar-se a qualquer pessoa que procure utilizar estes meios de disidência não violenta para criticar qualquer pessoa o instituição implicada em violações de direitos humanos ou violações do direito internacional cometidas em Israel ou os Territórios Ocupados Palestinos”.

A lei, promovida e respaldada pelo governo de Netanyahu, foi aprovada por 47 votos contra 36, apesar de que tanto os assesores judiciais experts do Parlamento como o promotor geral de Israel disseram que estava “no limite do ilegal”. Várias ONG de direitos humanos israelenses manifestaram a sua intenção de impugná-la no Tribunal Superior de Justiça de Israel.

Os que entrarem na Justiça não percisarão demostrar que a petição de boicote causou danos reais, já que os tribunais poderão condenar as pessoas ou organizações que pedirem um boicote a pagar uma indenização independentemente dos danos causados.

A lei permite também ao ministro da Economia revocar a condição de exenção de impostos das ONG que pedirem um boicote, o qual ameaça a financiação da que dependem muitas ONG de direitos humanos israelenses. Ainda, as empresas ou organizações que participarem em um boicote podem perder o direito de optar por contratos governamentais.

Esta é só uma das numerosas leis aprovadas recentemente ou que estão sendo estudadas pelo Parlamento que foram criticadas pelas ONG israelenses de direitos humanos por restringir a liberdade de expressão, ou trabalho das organiza ções da sociedade civil israelense, ou os direitos da cidadania palestina e seus representantes políticos.

A política israelense de estabelecer assentamentos na Cisjordânia ocupada, incluido Jerusalém Oriental, viola o Convênio IV de Ginebra, e se considera um crime de guerra de acordo com o Estatuto da Corte Penal Internacional.

Anistia Internacional pediu reiteradamente as autoridades israelenses que terminem com a construção de assentamentos como primeiro passo para eliminar por completo os assentamentos israelenses ilegítimos dos Territórios Palestinos Ocupados.

Anistia Internacional não adota postura alguma sobre os boicotes em nenhum lugar do mundo, mas teme que esta lei conduça a violações do direito à liberdade de expressão dos que pedirem boicotes.

Versão em portugués: Tali Feld Gleiser.

La ley antiboicot israelí, un ataque a la libertad de expresión

La ley aprobada por el Parlamento (Knesset) israelí que convierte en delito la petición de boicot contra el Estado de Israel o sus asentamientos en Cisjordania tendrá un escalofriante efecto sobre la libertad de expresión en Israel. Así lo ha manifestado hoy Amnistía Internacional.

La controvertida ley, aprobada el lunes por la noche, convierte en delito civil la petición de un boicot económico, cultural o académico por motivos políticos contra el pueblo o las instituciones de Israel o los Territorios Palestinos Ocupados (TPO). Quien realice una petición de este tipo puede enfrentarse a una querella y a penas económicas.

Los promotores del proyecto de ley, propuesto originalmente en julio de 2010 por Ze’ev Elkin, parlamentario y presidente de la coalición, han dejado claro que uno de sus objetivos principales es castigar a quienes piden un boicot para hacer campaña contra los asentamientos ilegales israelíes en los TPO o para destacar las violaciones constantes de los derechos de la población palestina causadas por los asentamientos.

“Pese a que los promotores afirman lo contrario, esta ley es un intento flagrante de acallar la disidencia pacífica y hacer campaña mediante el ataque contra el derecho a la libertad de expresión, un derecho que todos los gobiernos deben respetar y defender”, ha manifestado Philip Luther, director adjunto del Programa para Oriente Medio y el Norte de África de Amnistía Internacional.

“La amplia definición de boicot podría aplicarse a cualquier persona que trate de utilizar estos medios de disidencia no violenta para criticar a cualquier persona o institución implicada en violaciones de derechos humanos o violaciones del derecho internacional cometidas en Israel o los Territorios Ocupados Palestinos”.

La ley, promovida y respaldada por el gobierno de Netanyanhu, fue aprobada por 47 votos contra 36, pese a que tanto los asesores judiciales expertos del Parlamento como el fiscal general de Israel dijeron que estaba “en el límite de lo ilegal”. Varias ONG de derechos humanos israelíes han manifestado su intención de impugnarla en el Tribunal Superior de Justicia de Israel.

Quienes presenten querellas no tendrán que demostrar que la petición de boicot ha causado daños reales, ya que los tribunales podrán condenar a las personas u organizaciones que pidan un boicot a pagar una indemnización independientemente de los daños causados.

La ley permite también al ministro de Economía revocar la condición de exentas de impuestos de las ONG que pidan un boicot, lo cual amenaza la financiación de la que dependen muchas ONG de derechos humanos israelíes. Asimismo, las empresas u organizaciones que participen en un boicot pueden perder el derecho a optar a contratos gubernamentales.

Esta es sólo una de las numerosas leyes aprobadas recientemente o que están siendo estudiadas por el Parlamento que han sido criticadas por las ONG israelíes de derechos humanos por restringir la libertad de expresión, el trabajo de las organizaciones de la sociedad civil israelí, o los derechos de la ciudadanía palestina y sus representantes políticos.

La política israelí de establecer asentamientos en la Cisjordania ocupada, incluido Jerusalén Oriental, viola el Convenio IV de Ginebra, y se considera un crimen de guerra de acuerdo con el Estatuto de la Corte Penal Internacional.

Amnistía Internacional ha pedido reiteradamente a las autoridades israelíes que pongan fin a la construcción de asentamientos como primer paso para eliminar por completo los asentamientos israelíes ilegítimos de los Territorios Palestinos Ocupados.

Amnistía Internacional no adopta postura alguna sobre los boicots en ningún lugar del mundo, pero teme que esta ley conduzca a violaciones del derecho a la libertad de expresión de quienes piden boicots.

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