A falsa unidade de esquerda

MUPO Movimento por uma Universidade Popular (MUP) vem através desta nota esclarecer atitudes tomadas e responder a agressões verbais sofridas.

A unidade sempre foi buscada pelo MUP, mas essa unidade deve ser constituída através de um programa, que unifique as forças de esquerda, com princípios e propostas claros e coesos, que sejam o reflexo do que os/as estudantes necessitam. Sem jamais ter de rebaixar suas pautas centrais históricas para que uma aliança seja possível. Caso isso acontecer, temos claro que se trata apenas de uma unidade eleitoreira, com um fim na conquista de um entidade, seja ela CA, DCE ou até um sindicato.

Tendo claro que o DCE é um instrumento importantíssimo da luta estudantil e que deve servir para reunir, lutar e representar todas as reivindicações dos/das estudantes, o MUP não acredita que uma aliança em torno de uma eleição pode ser algo benéfico ao movimento como um todo. Acreditamos que a eleição não é um fim em si mesma e que ela deve ser entendida como um acúmulo político que faz parte de todo o processo de disputa da universidade. Por isso, nós repugnamos todas as formas de aliança com propósito único eleitoreiro.

Queremos aqui também denunciar a falta de respeito que os movimentos de esquerda, que chamaram a “unidade” tiveram conosco. Primeiro por dizerem que o MUP é composto apenas por uma organização política, quando na verdade, o Movimento por uma Universidade Popular é composto majoritariamente por independentes, que aliás, não se sentem representados/as pela nota escrita pelo coletivo “UFSC à esquerda”.

Segundo, pela forma como esses mesmos movimentos tentaram implodir nossa primeira reunião de formação de chapa. Alterando o tom de voz e impondo que nós decidíssemos pela unidade antes mesmo de termos definido nossos princípios. Fato que escancara novamente o caráter eleitoreiro da tal unidade proposta.

Terceiro por não compreenderem o real significado de uma unidade ou mesmo por acreditarem que unidade se trata disto, lançarem diversos ataques ao MUP, nos chamando de “Roselanistas” e de “nova direita”. Ora, se é essa análise que esses grupos têm do nosso movimento, por que será que queriam tanto fazer uma unidade conosco?

Além disso, denunciamos a forma como nossas intervenções na “reunião da unidade” foram distorcidas e/ou deixadas de lado. Com outros movimentos sequer se dispondo a fazer a autocrítica e falseando a realidade, como se na verdade, sempre vivêssemos na UFSC um mar de rosas dos grupos e organizações de esquerda. O oportunismo fica tão claro, quando ao final da reunião, certos princípios que antes – e agora com a nota lançada – sempre foram negados e repudiados pelos movimentos de esquerda que chamaram a reunião, foram aprovados em cerca de minutos e consensuados por todos os presentes.

Declaramo-nos abertos a fazer a unidade, mas que seja ela no seu real sentido. Uma unidade responsável, programática, baseada na prática como critério da verdade e na união da esquerda em torno de princípios realmente unificadores, consequentes e que travem a luta necessária ao movimento estudantil.

Por isso, apontamos a necessidade da esquerda da UFSC construir espaços orgânicos permanentes, para além das eleições do DCE, que articulem programaticamente o campo combativo da comunidade universitária, possibilitando a efetivação de uma unidade real e consequente.

Somente uma unidade que aponte uma construção além do processo eleitoral para o DCE poderá garantir uma real unidade no movimento estudantil da UFSC.

Fonte: Facebook do MUP.

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