A desconstrução da Cultura Camponesa pela mídia monopólica é tema de Oficina

Por Claudia Weinman, para Desacato. Info.

Compreender a realidade, as vivências das pessoas para entender o que a comunicação tem a ver com a vida de cada um\a, foi o ponto de partida de mais uma oficina de Comunicação realizada durante o Seminário da Terra, hoje, dia 14 de julho, na linha Treze de Maio, no município de Barra Bonita-SC.

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Oficina de comunicação realizada na tarde desta quinta-feira, em Barra Bonita-SC.

Entre as diversas oficinas realizadas, uma delas oportunizou o debate envolvendo os meios de comunicação de massa, que foi mediado pelo Educador Popular, Jilson Souza, da Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular (Apafec) de Fraiburgo-SC. Em uma roda de conversa, Jilson iniciou a oficina levantando alguns questionamentos sobre o que as pessoas entendiam sobre mídias, redes sociais, soberania comunicacional, entre outros elementos importantes para este diálogo.

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Debate sobre Comunicação.

Como o tema da oficina era direcionado a compreensão de como a mídia monopólica desconstrói a cultura, a identidade camponesa, Jilson trouxe para a conversa qual é o grande interesse dos proprietários dos meios de comunicação, em promoverem uma comunicação voltada à propaganda, à espetacularização, a persuasão, ao convencimento forçado.

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Jovens participaram da Oficina para entender a história e os meios de comunicação.

Mídia e a manipulação da história 

Um dos exemplos citados para exemplificar esse interesse, foi a desconstrução da grande mídia para com a campanha contra o uso de agrotóxicos, que surgiu no ano de 2010 pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e assumida pelos movimentos populares\Via Campesina. Um pouco depois do lançamento desta campanha, empresas que dominam a produção de fertilizantes e outros produtos transgênicos, lançaram uma forte campanha, utilizando-se de ‘personalidades’ famosas, para dizer que a produção de alimento não poderia sobreviver sem a utilização do veneno.

Outros exemplos como o caso do rompimento da Barragem em Mariana, Minas Gerais, alguns mais locais também, foram discutidos no intuito de mostrar que a mídia tradicional está à serviço do grande capital e jamais defenderá os interesses da classe trabalhadora, operária e camponesa.

Para Nilva Baú Boss, que participou da oficina, discutir sobre o fortalecimento de meios de comunicação que estejam à serviço dos\as trabalhadores\as é urgente e necessário. “Uma informação pode acabar com a vida de uma pessoa. E a gente precisa pensar outra forma de comunicar”, disse ela.

Jovens como Samara Mulinari e Sidimar Borges de Freitas, militantes da Pastoral da Juventude Rural (PJR), também participaram da oficina e falaram sobre a importância da comunicação e de fortalecer meios populares para comunicar o povo. “Chegamos à conclusão que a mídia esconde totalmente a verdade do povo. A solução é criar novos meios de comunicação que expressem a verdadeira notícia e que não iludam o povo”.

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Militantes de diversas organizações populares participaram do Seminário da Terra.

Além do tema comunicação, assuntos envolvendo Apicultura, Produção e Comercialização de alimentos e agroecologia foram trabalhados, com a contribuição de companheiros\as do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) e da Epagri em uma das oficinas. Outras organizações e movimentos populares também têm ajudado a construir o Seminário da Terra junto da Paróquia São Miguel Arcanjo, de São Miguel do Oeste-SC, nos municípios do Oeste Catarinense. Os próximos Seminários da Terra acontecerão nos dias 27 de julho em Bandeirante e no dia 28 de julho, no município de Paraíso.

 

 

 

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