A Copa na terra do futebol

 Diario do Centro do Mundo 2

Por Marilza de Melo Foucher.

Fonte: www.brasil247.com

Fora a derrota que pode ocorrer em qualquer competição, o pior acontecimento desta Copa, que realmente envergonhou muitos brasileiros bem educados, foi ver a elite abastada e reacionária brasileira vaiar os hinos nacionais das equipes adversárias

Se analisarmos de modo objetivo a organização desta Copa poderemos afirmar que, apesar de toda a pressão da FIFA e certa arrogância ao definir suas regras, o governo e o povo brasileiro cumpriram com o seu papel de anfitrião. Apesar da derrota humilhante contra os alemães, ninguém pode negar o sucesso na organização da Copa do Mundo na terra do futebol. A imprensa internacional só teceu elogios quanto à organização do evento. O brasileiro foi considerado como um povo alegre, acolhedor. Nenhuma das catástrofes anunciadas pela grande mídia brasileira teve lugar. A goleada contra o Brasil, apesar de entristecer um povo fanático pelo futebol, não deve apagar a história das conquistas da seleção. Qualquer esporte é feito de vitórias e derrotas. Daí, nada de dramas, afinal, a seleção, mesmo não mostrando seu potencial, chegou às quartas de finais. Parabéns aos jogadores brasileiros que demonstraram, com esta derrota, uma grande dignidade em reconhecer a força, a racionalidade, boa técnica do adversário. Respeitar o adversário enaltece o esporte. Os erros sempre podem servir de lição.

Fora a derrota que pode ocorrer em qualquer competição, o pior acontecimento desta Copa, que realmente envergonhou muitos brasileiros bem educados, foi ver a elite abastada e reacionária brasileira vaiar os hinos nacionais das equipes adversárias de outros países, sem contar com a grosseria dos palavrões contra a alta representação da República brasileira no dia da abertura da Copa diante dos convidados mandatários de outros países. Estes que pagaram ingressos mais caros, de mil reais, demonstraram não ter nem educação republicana e nem tão pouco dignidade. Eles se ridicularizaram diante do mundo inteiro.

Se retrocedermos para avaliar outros fatos que marcaram este evento, houve também o comportamento vergonhoso da grande mídia ao tentar, por todos os meios, prejudicar a realização da Copa. Pode-se afirmar que ela saiu derrotada diante do sucesso que tem sido a organização do Mundial no Brasil. Vale destacar que os mesmos que tudo fizeram para baixar a auto-estima do povo brasileiro e denegrir a imagem do Brasil no plano internacional foram os que mais lucraram com a realização do evento. A grande mídia usufruiu de campanhas publicitárias milionárias, todavia, estes falso defensores de serviços públicos, que denunciaram a falta de investimentos na educação e saúde, são incapazes de transferir um percentual mínimo do que ganharam para as escolas e dispensários situados nas áreas periféricas das cidades que organizaram a Copa, já que eles demonstraram tanta preocupação pela carência destes serviços. Ao ponto de negar todos os investimentos realizados nesses setores durante os governos de Lula e Dilma. Bastaria cruzar as informações com o governo de Fernando Henrique para constatar o nível de recursos alocados nesses setores. Todavia, prevaleceu o cinismo, o oportunismo de alguns jornalistas. Não tiveram racionalidade, a propagação do ódio foi mais forte que a objetividade de suas análises.

Eles preferiram prejudicar os interesses nacionais para beneficiar seus candidatos favoritos para a Presidência. Eles se lançaram numa campanha política antecipada aproveitando-se do evento internacional da Copa. Praticaram um jornalismo de baixo nível com ranços fascistas incitando os extremismos na prática da violência. Projetaram imagens distorcidas, manipularam informações para forjar junto à opinião internacional que o Brasil não tinha condições de realizar esta Copa. Diziam que o caos e a violência reinavam no Brasil, inclusive se previa uma enorme epidemia de dengue. Esse tipo de jornalismo prejudica a profissão, tendo em vista que no Brasil existem também grandes jornalistas. Estes que denegriram o Brasil deveriam ser condenados pelo prejuízo causado à Nação. Muitos turistas deixaram de vir ao Brasil com medo da “guerra civil” anunciada por estes irresponsáveis.

Os mesmos jornalistas que chegaram a praticar a mea-culpa devido ao sucesso da Copa, tendo em vista o descrédito causado pelas mentiras e insensatezes de suas previsões, se encontraram acuados diante da unanimidade nacional e internacional do estrondoso sucesso da Copa.

No fundo, eles desejavam a derrota da seleção, porém, não ousaram a se declarar. Agora diante da goleada imprevista da Seleção brasileira para a equipe da Alemanha, voltam a recarregar suas baterias numa tentativa de ofuscar o brilho do sucesso da realização da Copa e visam mais uma vez desgastar o governo federal. O vale-tudo recomeça novamente aproveitando do sentimento de tristeza nacional. Eles esquecem que no esporte sempre existirão derrotas e vitorias. Nem o vencedor da histórica goleada humilhou tanto a seleção brasileira. Os alemães deram lição de modéstia e de respeito aos jogadores brasileiros. “Respeite a amarelinha com sua história e tradição. O mundo do futebol deve muito ao futebol brasileiro, que é e sempre será o País do futebol. A vitória é consequência do trabalho, viemos determinados. Todos nós crescemos vendo o Brasil jogar; os heróis que nos inspiram são todos daqui”, disse Lukas Podolski, jogador alemão.

Os brasileiros estão conscientes das manipulações, eles sabem que eleições para o futuro presidente se ganha avaliando as ações concretas realizadas. Avaliando os programas implementados, comparando dados no passado e no presente. Que avanços sociais, econômicos, culturais tiveram o Brasil nesses últimos anos, e, o que falta para continuar avançando cada vez mais por um Brasil mais fraterno. Na certa serão exigentes e irão continuar a exercer a cidadania política para pressionar em todos os níveis de governos e suas administrações para que zelem pela aplicação do orçamento da união de modo transparente. A participação social na certa elevará o Brasil ao top das democracias modernas capazes de renovar o funcionamento do Estado. As eleições se vencem com propostas e não com campanhas que denigrem a imagem do Brasil.

Para finalizar, só faltou para a grande mídia brasileira culpar a presidente Dilma pela derrota da seleção! Na Grécia antiga a Deusa Nikê era a encarregada de estabelecer a vitória para um dos lados do jogo e, por conseguinte, fazia os atletas terem a noção de sua força na derrota e nobreza na vitória. A grande mídia brasileira que desconhece a nobreza do esporte e confunde o papel político da representatividade nacional, com o jogo eleitoreiro da campanha eleitoral de outubro próximo, continua se ridicularizando. A presidente Dilma não é a Deusa Nikê, porém, como a seleção, representa as cores do Brasil e cabe a ela incentivar e levantar a moral dos jovens jogadores brasileiros diante da derrota ou da vitória. Ao dizer “levanta sacode a poeira e da a volta por cima”, a presidente está no seu papel, não da grosseira politicagem, mas de apoiar a equipe nacional. Viva o Brasil, viva a América do Sul e todas as equipes participantes da Copa. Outras Copas virão e o Brasil vai estar sempre presente. Afinal, o futebol é um dos componentes da cultura brasileira.

Imagem tomada de: www.diariodocentrodomundo.com.br

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