A confusão paralisa a luta contra o golpe

não ao golpe

O Homem Livre.-  Há duas políticas antagônicas no mesmo espaço. Parecido com a invasão coxinha na luta pelo passe livre em 2013, agora os coxinhas da esquerda invadiram a luta contra o golpe e tentam sequestra-la, aproveitando-se do baque após a votação na Câmara.

A esquerda que durante todo o período anterior disse que “não havia golpe”, que “PT igual a PSDB”, etc. e que era contra lutar contra o golpe agora se infiltrou na luta contra o golpe e está sendo um freio à luta contra direita fascista no Brasil. Quando essa esquerda foi superada a luta contra o golpe tomou proporções enormes em todo o país; o desdém dos antigolpistas à esquerda coxinha era total. Agora, para reinserir-se, a esquerda coxinha faz demagogia e se esconde, mas a sua política é a mesma.

Fora Temer é a máscara de baile dos golpistas. O sucessor de Temer é Rodrigo Maia. Quem defende eleições está sacramentando o golpe com novo verniz democrático. Enquanto isso, apoiam ou se calam diante da prisão do único candidato que a esquerda poderia emplacar numa eleição: Lula. Ou seja, Fora Temer- por eleições é uma política de apoio ao golpe.

O golpe de estado foi o impeachment; foi a derrubada de um presidente eleito pela maioria por uma minoria impopular de forma aberrante. O impeachment é a cereja de bolo, a ponta do iceberg do golpe. A seguir está a prisão de Lula, e de centenas de dirigentes sindicais “corruptos”; o fechamento de sindicatos; a criminalização de toda a esquerda pechada como terrorista. O golpe de estado não é uma força de expressão. O golpe é um golpe: articulado pelo imperialismo; apoiada por um cartel da imprensa nacional e mundial; com apoio de toda a burguesia; com o exército a postos; com um judiciário rasgando completamente a Constituição; com o aparato de Estado com mais liberdade de atuar.

Se é contra o golpe; necessariamente quem volta ao posto é Dilma. Se é contra o impeachment e contra a volta de Dilma além de realizar um absurdo lógico, está defendendo alguma forma de legitimação do golpe.

Afinal, é notório para qualquer pessoa minimamente sã e sóbria que o movimento operário está num refluxo; não está organizado, não tem armas, nada que justifique a conclamação de uma revolução, da instauração do poder popular, agora. Sendo assim, Fora Temer , novas eleições, sem a participação do PT, é a legitimação do golpe, sacramentando a derruba ilegal e impopular de Dilma, e a sua substituição “democrática” por um candidato da direita.

Lembremos aos viciados em eleições: durante a ditadura militar também haviam eleições.

A invasão da PM na sede do PCB, as denúncias contra Freixo do PSol, já apontam que o golpe contra o PT é só o começo. E derrubado e destruído a maior liderança popular: as demais personalidades desconhecidas e radicais serão retiradas do mapa com um breve safanão.

Fora Temer é ambíguo, dúbio. Eleições gerais é abertamente golpista. Essas palavras permitem golpistas e antigolpistas convergirem: o que só é possível pela paralisia da luta contra o golpe. Deste modo, abandonemos já esta palavra de ordem. Separar o joio do trigo é fundamental para a retomada da luta contra o golpe.

A Frente Única Antifascista só é antifascista se for contra o golpe! Frente única por novas eleições é pró-fascismo!

Quanto mais rápido estabelecermos a clareza no nosso movimento, aquela massa que saiu às ruas que já havia amedrontado os golpistas, agora os colocarão para correr.

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