70% dos moradores do Rio querem mudanças nas UPPs

Na última sexta-feira, houve mais uma denúncia de inocente morto pela polícia em troca de tiros.

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Pesquisa recente do Datafolha mostrou que, na avaliação de 70% dos moradores do Rio de Janeiro, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) deveriam passar por mudanças. Do total, 15% dos entrevistados defendem que as UPPs podem permanecer como funcionam atualmente e 9% avaliam que o projeto deveria acabar.

Entre as críticas levantadas na capital carioca, está o fato de que a ocupação policial, inicialmente, seria para preparar o terreno para a chegada de políticas sociais; porém, a proposta ainda está distante da realidade. Ainda faltam investimentos como saneamento básico, coleta de lixo e mais segurança nas comunidades. Na prática, a polícia virou gestora do espaço, determinando horário de bailes, festas e interferindo até mesmo no funcionamento do comércio.

Ainda segundo a pesquisa, 49% dos entrevistados avaliam que as unidades melhoraram, ao menos um pouco, a segurança na cidade. Já 44% dizem que não ouve alteração. Criadas em 2008, existem hoje 38 UPPs no estado: 37 na capital e uma em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Mais uma morte

Na última sexta-feira (22), moradores do Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio, acusaram PMs pela morte de José Roberto Lorena Ramos, de 28 anos, baleado em uma troca de tiros. Familiares da vítima afirmam que ele era ourives, trabalhava no centro da cidade e não tinha qualquer envolvimento com o tráfico. As irmãs contaram que ele estava subindo o morro sozinho para ir à casa da avó quando foi atingido por três tiros a uma curta distância.

Depois do enterro, vizinhos e amigos fizeram um protesto na avenida 28 de Setembro. O caso foi registrado na 20ª DP como homicídio decorrente de ação policial. A família também reclamou da demora para conseguir registrar a ocorrência. Já a coordenadoria da Polícia Pacificadora (CPP) argumentou que os policiais foram atacados e somente revidaram os tiros de traficantes, entre os quais estaria José Roberto.

Foto: Tânia Rêgo/ABr

Fonte: Revista Fórum

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