De pedal para a orquestra

Por Paula Guimarães

“As pessoas seriam mais felizes se tocassem música e pedalassem”, diz Érico Miranda Schmitt, 25 anos. Ele é um dos 70 instrumentistas que subirão ao palco do Teatro Ademir Rosa (CIC) para integrar a Orquestra Sinfônica de Santa Catarina (Ossca), no espetáculo Bravo SC, em 25 de novembro, às 21h. O concerto irá comemorar os 22 anos de fundação da sinfônica.

Para chegar aos ensaios, o músico pedala um trajeto de 14 quilômetros – do Campeche até o Teatro das Faculdades Barddal, na Trindade -, com o seu violoncelo agarrado às costas, como se carregasse uma mochila. Faça chuva ou sol, ele opta pelo transporte sustentável e deixa o carro na garagem. “Levo só 27 minutos. Faço menos esforço do que se viesse de carro devido às dificuldades do trânsito intenso. Eu gosto de pedalar e, assim, chego bem-humorado”, garante.

Érico cursa o sexto semestre de Bacharelado em Música, opção Violoncelo, na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Para ele, música é estudo, trabalho e também diversão. Ingressou na Ossca há quatros anos e hoje acumula mais de 20 apresentações com a orquestra. Mas o carinho pela sinfônica de Santa Catarina começou já na infância, aos dez anos de idade, quando assistiu a um concerto pela primeira vez. Desde então, passou a estudar e o sentimento pela música tomou proporções maiores. “Em 2007 ocorreu a Apoteose das Orquestras no Parque de Coqueiros, quando a Ossca tocou Júpiter, dos Planetas, de Gustav Holst. Fiquei emocionado e me envolvi ainda mais”, conta.

pedal 2

 No mesmo ano, Érico decidiu matricular-se em aulas de violoncelo no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Em 2011, desistiu do curso de Engenharia Civil, no quinto semestre, e passou a dedicar-se exclusivamente à sua paixão. Em 2012 conseguiu comprar seu primeiro violoncelo, um “meio termo”, como explica, e em 2014, adquiriu o instrumento que tem atualmente. O estudante divide seu tempo entre ensaios, faculdade e muito estudo em casa. Explica que formação em música erudita exige uma maratona de quatro a seis horas de estudo por dia durante dez anos.

Depois de 15 anos do primeiro concerto, ele volta ao palco do Teatro Ademir Rosa, desta vez como instrumentista. Segundo ele, a apresentação é uma oportunidade única nos últimos três anos – período de interrupção das temporadas -, para que as pessoas possam conhecer e apreciar um concerto sinfônico. “Tem muita gente que nunca assistiu a um espetáculo como esse e sequer sabe o que é um violoncelo. Um concerto é muito bonito, aflora vários sentimentos que dão sentido à vida”, diz.

Seu projeto é seguir como componente da Orquestra Sinfônica de Santa Catarina, da qual orgulha-se de fazer parte. “Estou feliz com a volta da Ossca. Não gostaria de ter que mudar de estado para integrar outra orquestra. É fundamental que Santa Catarina apoie a sua sinfônica”, revela ele, já equipado para voltar pra casa de bike.

Sobre o violoncelo 

É comum as pessoas confundirem o violoncelo com o contrabaixo acústico pelas semelhanças visuais que existem entre esses instrumentos da família de cordas. Porém é possível distingui-los pela maneira como são tocados: o contrabaixo é tocado em pé (ou com o músico apoiado num banco alto) e o violoncelo na posição vertical, colocado entre as pernas.

Fonte: Enredo Conteúdo Criativo

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