Editorial 30 de agosto

Florianópolis, 30 de agosto de 2015.

O ajuste fiscal da dupla Dilma/Levy foi apresentado como uma medida corretiva necessária e temporária que vai conduzir o país por um novo caminho de “crescimento econômico e de avanço social”.

Esta fábula governamental é a que escutamos reiteradamente desde a década de 70, cada vez que um país em nossa América adota um plano de austeridade. E, depois, como demonstrou Equador com a sua auditoria de uma dívida fraudulenta, não se tratava nada além de um grande desfalque do capital financeiro parasitário aos trabalhadores e à população do continente em geral.

É possível que os jovens que não viveram essa experiência do século passado possam cair ainda neste engano? Para que não sejamos ingênuos, contamos com a recente experiência da Grécia e o enfrentamento do governo de Syriza ao violento ajuste da Troika européia, que voltaram a demonstrar a trapaça econômica, política e social que são os planos de austeridade.

No Brasil, os resultados estão visíveis hoje. As consequências do desemprego são catastróficas. Em julho, se perderam 157.905 postos de trabalhos formais. Foi o mês com a menor geração de emprego desde 1992. Mas, para ter um cenário ampliado, devemos considerar a perda de aproximadamente 500 mil empregos neste ano e, nos últimos 12 meses, o retrocesso em postos de trabalhos foi de quase 780 mil. Como é rotina nestes casos, o ministro de trabalho Manoel Dias afirmou que esta situação negativa vai melhorar em curto prazo. E não contamos com as perdas no emprego informal que foi o que mais cresceu neste novo século.

Ao mesmo tempo a dupla Dilma/Levy promove uma reforma trabalhista com perda de benefícios e direitos com a PL 4330.

É um ajuste que premia com mais de R$ 200 bilhões por ano aos 20 mil rentistas parasitários da dívida pública. E que destina mais de 50% do orçamento federal ao pagamento dos interesses e amortização desta dívida em benefício de banqueiros, capitalistas nacionais e estrangeiros.

E a tendência desta capitulação do governo ao Capital só tende a piorar em meio a uma crise de hegemonia, com um Congresso dominado pela cleptocracia parlamentaria, e um descontrole das forças de segurança, empenhadas no genocídio da juventude negra. Tudo nos ameaça com um presente e um futuro de regressão econômica, social e política.

A resposta a este malicioso panorama só pode vir dos movimentos e organizações da população pobre e trabalhadora do país.

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